Como falar de dinheiro com crianças

A má gestão financeira está interligada à falta de literacia financeira, à inexperiência em lidar com dinheiro e à dificuldade em escolher o que fazer com dinheiro que temos. 

Ensinar uma criança a lidar com o dinheiro e a criar a ideia e o hábito de poupança, são conceitos-chave que devem ser promovidos por todos aqueles envolvidos na sua educação. Sejam estes a família, os educadores/professores ou outras figuras. 

Gerir e poupar dinheiro, deverá constar nas prioridades da educação das crianças a partir do momento em que começam a pedir tudo aos pais. Quanto mais cedo melhor, aliás reza a sabedoria popular que é “de pequenino que se torce o pepino”. 

Os brinquedos que querem, os doces que pedem, o jogo que o colega tem e a criança também quer ter. Ao contrário do que as crianças pensam, nada sai do cartão multibanco “mágico” dos pais. Nada é de graça. Tudo tem o seu preço e é muito importante educar as nossas crianças sobre o valor das coisas. 

7 ideias para começares a falar sobre dinheiro com crianças:

  1. Explicar o que é uma compra e como se processa; 
  2. Explicar o que é o trabalho e o que custa ganhar dinheiro; 
  3. Demonstrar que as coisas custam dinheiro e que esse tem de ser gerido eficazmente;  
  4. Explicar a lógica de poupança e seus frutos;
  5. Demonstrar que temos de fazer escolhas, definir prioridades, que não podemos ter tudo aquilo que queremos e que os pais também não podem gastar todo o dinheiro que têm;
  6. Dar a conhecer e valorizar o valor das notas e moedas; 
  7. Evitar desperdícios e incentivar à poupança de luz, água e material escolar, bem como, reciclar roupa e brinquedos. 

8 atividades para aprender O QUE É e PARA QUE SERVE o dinheiro

Em primeiro lugar, importa relembrar que a melhor forma de ensinar uma criança é através do exemplo. O processo de aprendizagem das crianças é muitas vezes baseado na imitação dos adultos. Cabe-lhes passar os melhores hábitos e rotinas às crianças, inclusive hábitos de poupança e gestão de dinheiro. 

As atividades em sala de aula e em casa são uma boa forma de ter uma brincadeira pedagógica, por exemplo: 

  • Atividades de matemática relativas a dinheiro e ao sistema monetário. Manusear e aprender a usar dinheiro, comparar preços, desenvolver o cálculo mental, calcular o troco e entender o processo de compra e venda. 
  • Criar e fazer as próprias notas para facilitar a aprendizagem.
  • Dar a conhecer a história do dinheiro, a sua origem histórica, porque surgiu e o seu propósito em tempos antigos.
  • Simular uma ida a um banco, perceber a sua função e a utilidade do sistema bancário.
  • Utilizar mealheiros preferencialmente transparentes e de fácil abertura para que a criança possa ver o seu conteúdo a crescer e contar o dinheiro poupado.
  • Criar o hábito de semanada ou mesada, priorizando a poupança de parte do valor recebido.
  • Criar objetivos com vista a juntar o montante suficiente para adquirir um objeto desejado.
  • Elaborar uma lista de compras em conjunto com a criança. Poderá ser um excelente exercício, para um orçamento limitado, sobre o qual a criança terá de fazer contas e priorizar o que adquirir.

Dar a conhecer a realidade

Nos primeiros anos de vida, tudo é oferecido aos mais pequenos: o Pai Natal e os familiares, oferecem os presentes, os doces, os brinquedos, as festas de aniversário, tudo está disponível e acontece como que por magia e sem esforço. 

Ao ensinar os fundamentos básicos do dinheiro na idade adequada e ao introduzir, por exemplo, uma semanada no quotidiano da criança, dar-lhe-á oportunidade de aprender a gerir o montante entregue durante a semana. 

O desafio poderá aumentar à medida que a criança cresce e fica mais madura. Pode ser dada uma mesada, aumentando assim o valor, a periocidade e a dificuldade em gerir o valor entregue para o mês. Assim ela estará a preparar-se para a realidade do nosso país. 

É importante realçarmos que se comprarmos tudo o que queremos, gastamos o dinheiro num piscar-de-olhos.  

E se a criança esgotar a semanada ou mesada?

Deverá evitar dar-lhe adiantamentos. Caso empreste poderá incentivar a deduzi-los na próxima entrega, aumentando o rigor necessário e coerente com a vida real. Privilegiando assim uma melhor gestão e criatividade para gerar poupanças, bem como o fazer face aos imprevistos e emergências que tantas vezes surgem no mundo real.

Incentivar e acompanhar

Por fim, o processo de aprendizagem económica deve ser sempre incentivado, acompanhado, regrado e valorizado pela família e educadores/professores. 

A poupança é a pedra basilar da gestão financeira, seja em que idade for. Gestão sem poupança é algo que não existe, e devemos sempre acompanhar as nossas crianças neste processo, incentivando-as a alcançar os seus objetivos, com a disciplina necessária para tal, ajudando-as nas suas dificuldades e recompensando-as pela sua evolução.  

Ensinar as crianças a gerir o seu dinheiro e sobretudo a poupar, é fundamental para a sua estabilidade, a sua independência e para a saúde das suas finanças pessoais durante toda a vida. 

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