Como gerir as finanças em casal

Quando duas pessoas decidem unir-se, apesar de não ser referido em voz alta, o dinheiro estará automaticamente envolvido. Gerir as finanças em casal é diferente para cada pessoa. Para uns casais é um desafio, outros conseguem ter tudo alinhavado e organizado.

Gerir as finanças em casal
Gerir as finanças em casal

Como cada um lida com o dinheiro de maneira diferente é normal que o nosso parceiro/parceira veja as coisas de outra forma.

Vou apresentar-te três formas de como alguns casais gerem o seu dinheiro. Não existe certo ou errado. Vai sempre existir vantagens e desvantagens para qualquer método. No entanto, cabe ao casal ser o mais organizado, comunicativo e alinhado nas suas decisões, metas e objetivos.

Mas antes disso, temos que ter em consideração a honestidade. Sem honestidade, não pode existir cumplicidade entre duas pessoas.

A importância da honestidade na gestão das finanças em casal

Algumas pessoas não estão habituadas a falar sobre dinheiro. É importante que ao longo da relação vão abordando este tema.

O primeiro passo é decidirem qual a melhor altura para falarem sobre o vosso dinheiro. Podem decidir que vão falar, por exemplo, todos os dias ao final do dia.

Não é preciso tentarem compreender-se um ao outro ou impor estratégias, pois estas podem funcionar com um, mas não com ambos. As estratégias, também, estão muito ligadas aos hábitos. Os hábitos devem ser inseridos na rotina lentamente até fazerem parte dela.

O importante é chegarem a um acordo e quanto mais falarem, mais fácil se torna abordar o tema.

Primeiro devem ser fiéis a vocês próprios, sobre o que querem, para conseguirem transmitir ao vosso/a parceiro/a o que sentem e o que desejam para ambos.

Por isso vamos ver quais são as melhores práticas para gerir as finanças em casal:

1. Uma conta para os dois

“O que é meu é nosso” é o lema destes casais. Partilham a conta bancária, os cartões de crédito, os investimentos, as poupanças.

Como é uma gestão que envolve compromisso e honra, o casal tem de tomar decisões conjuntas e gerir em conjunto todos os meses o dinheiro que têm.

Antes de juntarem o dinheiro numa única conta devem saber:

  • As contas bancárias de cada um;
  • Os investimentos que já tinham antes de casar;
  • Quais as propriedades que têm (se tiverem);
  • Dívidas.

Uma única conta pode trazer vários problemas:

  • Se contraírem uma dívida a quem vão atribuir a culpa?
  • O/a parceiro/a pode fazer com que o outro se sinta culpado pelos seus gastos;
  • Ambos têm de apoiar um conjunto de ações;
  • Pode surgir divergências em relação à utilização do dinheiro;
  • Numa gestão conjunta criar um orçamento é de extrema importância.

Depois de abrirem a conta conjunta, como casal devem:

  • Falar regularmente sobre o vosso dinheiro;
  • Definir objetivos comuns;
  • Evitar discutir (falar um de cada vez, expondo a situação, deixando o outro falar sem pressão);
  • Criar um conjunto de regras para ambos respeitarem.

2. Conta conjunta

Uma conta conjunta permite ao casal fazer uma gestão mais fácil do seu dinheiro. Conseguem acompanhar o orçamento e os gastos, não fazem divisão mensal dos pagamentos e nenhuma mudança financeira é necessária à medida que a família cresce.

E podem ter na mesma cada um a sua conta bancária. Só precisam de definir quanto colocam mensalmente na conta conjunta e como vão fazer crescer o vosso dinheiro.

Vantagens:

  • Pagar despesas da casa (renda/empréstimo da casa, supermercado, água, luz, gás, gastos com os filhos, etc.);
  • O casal não ter de fazer transferência para pagar o que deve ao ser parceiro/parceira.

Desvantagens:

  • Abertura e gestão de várias contas;
  • Dificuldade em definir metas compartilhadas;
  • Poupar;
  • Definição de metas a longo prazo como a reforma.

3. Pagas tu, Pago eu

Uma conta separada, pode ser para muitos casais o processo mais fácil de gerir as suas finanças. Isto porque cada um tem os seus hábitos e os seus métodos e readaptar-se a uma conta conjunta pode ser complicado. É, ainda, uma forma de manter a liberdade de gerir o dinheiro que ganhamos.

Ajuda, também, a esclarecer disparidades entre salários, dívidas e a evitar possíveis conflitos. Pois um pode ser mais gastador e outro mais poupado.

Neste tipo de conta alguns casais decidem dividir as contas, outros dividem proporcionalmente. Para ser mais fácil de acompanhar, devem ter tudo apontado e esquematizado.

Criar um orçamento para despesas relacionadas com a casa, definir metas para projetos conjuntos e abrir uma conta poupança é uma prioridade para estes casais. A característica principal de uma gestão deste género é a organização e como o casal comunica um com o outro.

Vantagens:

  • Hábitos financeiros do parceiro/parceira (Independência);
  • Sentimento de segurança;
  • No caso da abertura de um negócio (empreendedor).

Desvantagens:

  • Não podem falhar a nenhum pagamento (responsabilidade);
  • Caso alguém faça uma compra, não pode ser criticado pela utilização do dinheiro que lhe pertence;
  • Se tiverem filhos terão de se reorganizar;
  • Muitas pessoas decidem voltar a estudar ou mudar de trabalho. Estas situações podem desequilibrar as finanças, se a pessoa não tiver poupado com antecedência com esse objetivo em mente;
  • Não pensarem em investimentos e/ou reformas.

Objetivos financeiros

Independentemente do tipo de gestão que venham a escolher, em conjunto devem ter em conta alguns objetivos financeiros, nomeadamente:

1. Comprar uma casa

Comprar uma casa é um grande investimento. Enriquece o património do casal, mas pode não ser possível avançar imediatamente. Deves analisar a situação com o teu/tua parceiro/a e prepararem-se.

2. Filhos

Ter filhos é caro. Se decidirem ter filhos é importante perceber como se vão organizar para pagar despesas como a creche, educação, saúde, hobbies, entre outros.

3. Carreira

Mudanças de carreira e/ou começar negócios vão afetar as finanças do casal? Esta é uma das questões que deve ser colocada em primeiro lugar, caso se venha a perceber que existirá uma mudança significativa na vida do casal.

4. Investimento em hobbies

Muitos casais são diferentes uns dos outros, no sentido que um gosta mais de viajar, conhecer outros países, enquanto o outro prefere viajar localmente.

Alguns hobbies são mais dispendiosos, por isso, é importante perceber quanto dinheiro estão dispostos a gastar.

5. Reforma

Movimentos como o FIRE têm despertado a vontade em muitas pessoas de se reformarem mais cedo. Se este for o teu caso ou o do teu/tua parceiro/a não devem perder a oportunidade de começar a poupar e a investir.

Se demorarem muito a investir, vão perder os ganhos que teriam com os juros compostos.

Percebe junto do teu/tua parceiro/a se é algo que desejam. Porque se só tu sentires esta vontade deves avançar. Tens de analisar as vossas despesas conjuntas, os teus gastos mensais e como vais construir o teu plano de reforma antecipada.

2 pensaram sobre “Como gerir as finanças em casal

  1. Gostei do que li e gostava que me encinacem como devo gerir o meu di heiro,pois sou reformada mais o meu marido,mas as nossas reformas sao minimas e alem das despezas mensais renda luz gaz agua televisao,tenha uma renda mensal ao banco ate eu ter 75 anos no valor de 320€,que é a minha reforma,fico com a do meu marido que é 498,oo para as despezas de casa,como posso gerir o resto obrigafa

    1. Olá, Deolinda!
      É uma situação muito delicada. Deve cortar despesas que não são essenciais, por exemplo, a televisão faz parte de algum serviço? Será essencial manter? São decisões que terá de fazer. Consegue ter outro rendimento para além da reforma? Já falou com o banco e renegociou o crédito?

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