Desenvolver hábitos para começar a poupar é essencial para alcançar os teus objetivos financeiros. Estes hábitos ajudam a acompanhar o progresso das metas desejadas e ainda a ajustar, sempre que for necessário o plano financeiro. Poupar requer comprometimento e foco.
Menu do artigo
Poupar é mais do que um hábito, deve ser uma prioridade para uma boa gestão das finanças pessoais. As escolhas que fazes vão ser determinantes para o estilo de vida, nomeadamente o conforto, o acesso a bens de primeira qualidade, férias de sonho, viagens, possibilidade de estudar e melhorar capacidades, assim como a facilidade em enfrentar imprevistos.
O salário e a poupança
Um dos motivos de as famílias portuguesas não pouparem é o salário. Os valores variam consoante a área e a experiência, sendo os profissionais qualificados os que têm a possibilidade de ganhar mais. No entanto, às vezes não é isso que acontece, por diferentes fatores, como a falta de oportunidades ou a carga fiscal elevada (o custo de um trabalhador para a empresa).
Áreas profissionais como tecnologia, engenharia, medicina e finanças, os salários tendem a ser mais competitivos e atrativos porque são profissões com grande procura.
Mas com a subida do custo de vida muitos destes profissionais começam a sentir, também dificuldades em poupar.
Profissionais com salários competitivos e atrativos
O ato de poupar resulta de uma combinação entre o que se ganha (salário e/ou outros rendimentos) e hábitos. Mesmo com um salário atrativo, se não houver uma gestão eficiente é impossível poupar.
Existem várias razões porque alguém que ganhe bem não consiga poupar:
Despesas elevadas
Com um salário alto muitos adotam um estilo de vida demasiado caro e às vezes acima do que se recebe.
As despesas tornam-se maiores e mais frequentes e o hábito de poupar deixa de existir, afinal, agora é possível enfrentar qualquer imprevisto ou situação.
Por isso, assumem dívidas maiores para terem melhores condições de vida como casa, carros e bons fins-de-semana.
Superar expectativas
Muitas famílias cedem à pressão social para acompanharem os seus amigos, colegas e familiares. Mostram um padrão de vida sustentado apenas pelo salário, sem qualquer tipo de prioridades financeiras como a poupança e o investimento.
As primeiras mudanças são visíveis com as roupas de marca que vestem, os fins-de-semana de passeio, as viagens e os bens materiais como tecnologia.
Falta de planeamento financeiro
A ausência de um planeamento financeiro significa que existe falta de poupança. Sem planeamento é difícil perceber quais são as despesas mensais que o agregado familiar está a fazer e quanto é que poderá poupar.
Vivemos numa sociedade de consumo. Somos constantemente influenciados a comprar e se não existirem metas financeiras claras, um orçamento familiar mensal e hábitos de poupança, independentemente do valor do salário, mais tarde ou mais cedo pode existir um descontrolo financeiro.
Dívidas
As dívidas limitam a capacidade de poupança, por isso é preciso decidir e analisar muito bem que empréstimos vão ser pedidos. E porque razões. Muitas pessoas com bons salários optam por fazer várias dívidas e utilizar o restante dinheiro no seu estilo de vida.
Falta de educação financeira
Ainda existe muito a ideia de “eu tenho, eu posso”.
A falta de conhecimento sobre finanças pessoais e gestão de dinheiro pode ser um obstáculo para a poupança, independentemente do salário. Se as finanças pessoais não forem bem geridas, é normal enfrentar dificuldades para poupar.
Salário mínimo
Vamos perceber que os hábitos para começar a poupar não dependem necessariamente do salário.
Receber salário mínimo significa enfrentar dificuldades financeiras e gerir despesas fixas, essenciais como o arrendamento ou a prestação do crédito habitação, alimentação, transporte e cuidados de saúde.
Para além destas despesas, poderão existir outras como a educação dos filhos. Sob tais circunstâncias, a poupança pode ser um desafio.
O hábito passa por começar a construir uma base de poupança, mesmo que seja em pequenas quantidades. O importante é adotar uma abordagem consistente e trabalhar gradualmente os objetivos de poupança. Ao contrário de quem ganha mais, fazer gastos desnecessários em consumo colocará logo em risco o orçamento familiar mensal.
Estratégias de poupança adotadas
Definição de metas
Com o salário mínimo a estratégia é estabelecer metas financeiras, claras e objetivas, como poupar para o fundo de emergência, controlar as dívidas e/ou fazer uma compra importante.
Ter objetivos ajuda a manter a motivação para poupar.
Corte nas despesas
Ao analisar cuidadosamente onde o dinheiro foi gasto é mais fácil identificar despesas desnecessárias.
Optar por comer em casa, cancelar subscrições de serviços que não estão a ser utilizados, poupar aproveitando promoções e descontos são algumas estratégias que podem ser adotadas. Como evitar gastos supérfluos e priorizar as necessidades básicas.
Recursos gratuitos
Existem muitos recursos e atividades gratuitas que ajudam a poupar ou seja a não gastar dinheiro. É o caso das bibliotecas que permitem a leitura de livros, acesso à internet, a material multimédia e a vários eventos.
Os parques e espaços públicos, assim como os acessos a praias fluviais permitem ter o descanso e a atividade ao ar livre sem ser necessário recorrer a espaços fechados e/ou mediante pagamento.
Custo de vida
Independentemente do salário, cada faixa etária enfrenta as suas dificuldades devido à crise económica, mas também social e do mercado de trabalho.
Jovens adultos (18 a 30 anos)
Os jovens com a ajuda dos pais pagaram a sua formação no ensino superior, mas encontram desafios na entrada no mercado de trabalho. É difícil encontrar emprego estável e bem remunerado, principalmente para quem está a começar a sua carreira.
Torna-se assim mais complicado tornarem-se independentes. Para os jovens comprar casa é um sonho adiado.
Nesta idade é preciso começar a poupar e a criar um fundo de emergência e a pensar nos objetivos de poupança de longo prazo, como a reforma.
Adultos (30 a 50 anos)
Muitos adultos têm a responsabilidade de sustentar a família, incluindo o cônjuge e filhos, que se pode encontrar numa situação complicada, como o desemprego.
Podem mudar de carreira ou, inesperadamente, a vida financeira mudar com o divórcio. As despesas aumentam com a idade e a realidade é que, infelizmente, diminui a capacidade de poupança.
Os gastos com a saúde tornam-se uma prioridade, não tanto para si, mas para os pais idosos.
Quando analisamos a nossa vida financeira a longo prazo temos tendência a esquecermo-nos de quem nos rodeia, e o não estar preparado pode provocar um impacto negativo nas finanças pessoais.
As dívidas, a compra de uma casa e a educação dos filhos são as maiores despesas para os adultos na faixa etária dos 30 aos 50 anos.
Idosos (acima de 50 anos)
O maior desafio que uma pessoa acima dos 50 anos enfrenta é se o seu planeamento financeiro assegurou a reforma.
As despesas médicas, também, aumentam à medida que envelhecemos, incluindo medicamentos, tratamentos e cuidados de longo prazo. E na reforma, o salário sofre uma redução muitas vezes maior do que a esperada. Esta situação pode tornar a gestão das finanças pessoais mais desafiadora.
Por último, é preciso preparar a próxima geração, caso seja necessário, com planeamento sucessório.
Sabe mais sobre as finanças ao longo da vida, aqui.
7 hábitos para começar a poupar
1. Criar um orçamento
Faz um levantamento das despesas mensais, ou seja, despesas fixas e variáveis.
Começa por estabelecer limites para as despesas variáveis e identificar áreas onde estás a gastar mais e, por isso, evitar gastos desnecessários.
2. Pagar primeiro
O primeiro pagamento do mês deve ser para nós, só assim, conseguimos poupar. Quando receberes o teu salário, uma parte deve ir para a poupança antes que gastes o dinheiro em outras despesas.
Trate-se de uma maneira de poupar, porque se fosse no final do mês já não terias o dinheiro.
3. Fundo de emergência
Configura no teu banco transferências automáticas para a conta poupança ou investimentos.
Estes são hábitos para começar a poupar regularmente. Não te esqueces porque não precisas de fazer, visto que é um processo automático, mas o valor que indicaste deve estar sempre no orçamento familiar.
4. Definir metas e objetivos financeiros
Define objetivos financeiros, como poupar para dar entrada numa casa, para uma viagem ou a compra de um carro. Ter metas específicas além de motivar, ajuda a criar o hábito de poupar regularmente.
5. Controlar os gastos
Acompanha os gastos semanalmente, registando todas as despesas. Desta forma, ajudará a identificar áreas onde podes poupar e a tomar decisões mais conscientes sobre como gastar o teu dinheiro.
6. Reduzir despesas supérfluas
Identifica despesas desnecessárias ou exageradas no teu orçamento familiar e encontra maneira de as evitar.
Pode ser compras por impulso que tenhas feito, serviços que precisem de ser renegociados ou optar por marcas brancas.
7. Pesquisar e comparar preços
Antes de fazer uma compra, pesquisa e compara preços, assim como outros benefícios que as marcas dão para garantir que poupas.
Existem muitos hábitos para começar a poupar que podes implementar na tua rotina. Estes são os que te garantem perceber o funcionamento de uma boa gestão das finanças pessoais e assim a longo prazo tornar-te mais proficiente, interessado e ativo.