As emoções desempenham um papel central nas nossas decisões. Por isso, é essencial compreender quais são os gatilhos emocionais que influenciam as nossas escolhas financeiras, especialmente, no que diz respeito a poupar e a gastar dinheiro.
Daniel Kahneman, psicólogo e vencedor do Prémio Nobel da Economia em 2022, mostrou, mediante um estudo, que tomamos decisões financeiras baseadas 90% nas emoções e, apenas, 10% na lógica.

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Consciência e reconhecimento
Muitas das nossas decisões são subconscientes e, às vezes, até irreconhecíveis ao ponto de nos questionarmos sobre o que nos levou a fazer determinada compra. Por exemplo, quando nos sentimos ansiosos, podemos ficar mais suscetíveis a gastar como uma forma de aliviar a pressão.
Estar ciente de como nos sentimos quando enfrentamos decisões financeiras permite-nos reconhecer padrões.
Um estudo de 2007, da Academy of Management Journal Study, mostrou que quem sabe reconhecer as suas emoções e controlá-las toma melhores decisões financeiras.
Da alegria à tristeza
A alegria de receber um bónus inesperado pode levar-nos a gastar impulsivamente. Da mesma forma, o medo do futuro pode incentivar-nos a poupar meticulosamente, muitas vezes, a custo do prazer imediato.
A tristeza, a ansiedade e até mesmo a preguiça podem levar-nos a gastar para procurar conforto ou escapar temporariamente dos desafios emocionais que enfrentamos.
Todas as emoções são temporárias, mas as decisões que tomamos não. Estas podem custar-nos a nossa saúde financeira.
Conhecermo-nos a nós próprios ajuda
Identificar os gatilhos emocionais parte muito de nos conhecermos. É preciso autoconhecimento, olhar para nós e para as nossas atitudes e comportamentos.
Qual a origem da minha felicidade e irritabilidade? O que faço quando sinto estas emoções?
Outra estratégia é desconstruir medos, como: Qual o porquê ter medo de transferir o crédito habitação, quando sei que vou poupar e que, a longo prazo, será melhor para a minha família?
Às vezes, pararmos e analisarmos bem o que estamos a sentir, assim como aquilo do qual já temos conhecimento, é o caminho para chegar à melhor decisão.
Constrói um mindset forte, sabe como aqui.

Os gatilhos podem levar à poupança
Quando experienciamos emoções positivas, como felicidade e gratidão, estas não nos levam só a gastar, pelo contrário, também fazem com que sejamos mais prudentes com as nossas Finanças. Porque pensamos na nossa família e no seu bem-estar.
A confiança nas nossas capacidades financeiras pode, muitas vezes, levar-nos a adotar uma abordagem mais conservadora relativamente aos gastos. Sentimentos de segurança e satisfação incentivam-nos a poupar para o futuro, a construir ou a reforçar o fundo de emergência.
Os gastos e as emoções
Por outro lado, emoções negativas, como tristeza, raiva e frustração, podem levar-nos a gastar de forma impulsiva como uma tentativa de preencher um vazio emocional.
Compras impulsivas estão, muitas vezes, ligadas à procura por conforto. O ato de gastar pode temporariamente aliviar estas emoções, criando uma falsa sensação de felicidade. No entanto, a felicidade é efémera e pode levar a um ciclo vicioso de compras sem sentido, contribuindo para problemas financeiros a longo prazo.
Equilibrar as emoções e as Finanças
Gerir as nossas emoções é importante para não gastar por impulso.
Aprender a diferenciar entre necessidades e desejos e aprender mais sobre Finanças Pessoais reduz a influência das emoções.
Conclusão
Os gatilhos emocionais desempenham um papel significativo na nossa relação com o dinheiro, moldando os nossos hábitos de poupança e gastos.
Ao reconhecer e compreender estes gatilhos emocionais, podes trabalhar para equilibrar as emoções e as Finanças, tomando decisões mais conscientes e alinhadas com os teus objetivos a longo prazo.
Ter educação financeira e desenvolver o controlo emocional é essencial para cultivar uma relação saudável e sustentável com o dinheiro, permitindo-nos viver uma vida financeiramente estável e emocionalmente gratificante.