O crédito consolidado é muito procurado por quem tem vários créditos e precisa de baixar as despesas mensais e poupar. No entanto, o crédito consolidado não é feito, apenas, por pessoas que estão perto do incumprimento, mas também para quem precisa de fazer novas dívidas.
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Existem soluções para todas as situações, e o caso da Margarida é um deles. Este é um caso onde foi feito um crédito consolidado, mas parcial, porque, por decisão da cliente, o crédito automóvel não entrou na consolidação.
O caso real da Margarida – Crédito consolidado
Quem é a Margarida e o que quer?
A Margarida tem 32 anos e é responsável de loja no ramo de hotelaria. Tem um ordenado de 1 145 € e recebe ainda uma renda no valor de 303 € que é declarada para efeitos de IRS.
Pretende pagar uma dívida aos pais e ainda investir em formação.
Os créditos da Margarida
A cliente tem um crédito pessoal, um cartão de crédito e um crédito automóvel. Prefere não incluir o automóvel na consolidação. Está a terminar e tem uma boa taxa de juro, paga 350 € de prestação mensal.
Por isso, em vez de fazer um típico crédito consolidado, vai fazer um crédito parcial.
O que é um crédito parcial?
Quando alguém tem vários créditos, não é obrigatório consolidar todos, depende muito das situações e do que os clientes pretendem. Por isso, podem fazer uma consolidação parcial e ficar com um crédito consolidado e um outro crédito.
Porque é o crédito consolidado associado ao incumprimento?
O crédito consolidado é frequentemente associado ao incumprimento porque, em muitos casos, é procurado como uma solução por pessoas que estão a enfrentar dificuldades financeiras e têm dificuldade em cumprir com os seus compromissos de pagamento.
Quando uma pessoa acumula várias dívidas, como crédito habitação, cartões de crédito, crédito automóvel, crédito pessoal, entre outros, pode ver-se numa situação difícil.
Quando começam a ter dificuldade em fazer os pagamentos de forma regular, o crédito consolidado pode ser uma opção considerada. Neste tipo de crédito, todas as dívidas são reunidas num único empréstimo, geralmente com uma taxa de juros mais baixa e uma prestação mensal mais baixa, o que pode facilitar a gestão das finanças pessoais.
No entanto, é importante notar que o crédito consolidado não resolve os problemas financeiros subjacentes. O crédito consolidado, apenas surge como uma forma de reorganizar as dívidas num novo empréstimo. Se a pessoa não conseguir abordar as causas subjacentes do endividamento excessivo, como despesas acima dos rendimentos, má gestão financeira ou falta de planeamento, é possível que acabe por acumular novas dívidas mesmo após consolidar as antigas.
Além disso, se a pessoa não cumprir com as prestações do crédito consolidado, pode levar a novos problemas financeiros e ao risco de incumprimento. É fundamental que, ao optar pelo crédito consolidado, a pessoa também adote medidas para controlar as suas despesas, estabelecer um orçamento realista e adotar uma gestão financeira saudável para evitar futuros problemas.
Por isso, o crédito consolidado em si não está diretamente associado ao incumprimento, mas é frequentemente procurado por pessoas que enfrentam dificuldades financeiras. O sucesso do crédito consolidado depende de uma gestão financeira adequada e da adoção de medidas para evitar novas dívidas e incumprimentos no futuro.
Sabe como funciona o crédito consolidado, aqui.
Solução proposta para o caso da Margarida
Como a Margarida quer tirar a formação e ainda pagar a dívida aos pais precisou de 6 000 € de liquidez adicional. Ao fazer esta consolidação de 15 350 € a 84 meses, ficou a pagar 228 €.
A Margarida não só conseguiu o dinheiro para a formação e pagar aos pais, como também, passou a poupar 141 € mensais. O que no final do ano se traduz em 1 629 €.
Este caso real já tinha sido partilhado em 2021, revê o artigo, aqui.
O que fazer com a poupança do crédito consolidado
Quando se obtém um crédito consolidado, a poupança resultante da redução das prestações mensais pode ser utilizada de diferentes maneiras, dependendo das necessidades e objetivos financeiros que tenhas:
- Criar um fundo de emergência: É sempre recomendável ter um fundo de emergência para lidar com despesas inesperadas, como problemas de saúde, desemprego ou divórcio. Utiliza a poupança mensal para construir uma reserva financeira que cubra de três a seis meses de despesas básicas.
- Podes amortizar o crédito. Dependendo da entidade vais poder reduzir a mensalidade ou o prazo. Aconselho esta opção para reduzir o custo total do empréstimo.
- Pagar dívidas: a poupança mensal pode ser utilizada para acelerar o pagamento de dívidas. Prioriza as dívidas com taxas de juros mais altas, como cartões de crédito, empréstimos pessoais ou outros créditos com taxas mais elevadas.
- Investir no futuro: Utiliza a poupança que juntaste para voltar a estudar.
- Realizar melhorias na habitação: Com a poupança podes melhorar a tua habitação, para aumentar o valor do imóvel e melhorar o teu conforto e qualidade de vida.
- Ou podes investir num seguro que faça mais sentido na tua vida. O seguro certo vai evitar que, no momento do imprevisto, tenhas de contrair mais um crédito.
- Se consolidas-te por estar em risco de não conseguir pagar os créditos, podes aproveitar uma parte da poupança para melhorar o conforto da tua vida e o restante numa das opções acima.
- Podes investir. Mas antes, estuda sobre o tipo de investimento adequado para ti.
Uma das principais vantagens do crédito consolidado é a possibilidade de reduzir o valor da prestação mensal. Com a prestação mais baixa, é possível ter mais dinheiro disponível para outras despesas ou para poupança.
O crédito consolidado não resolve problemas financeiros. Para realmente mudar a vida financeira, é necessário adotar hábitos de gestão financeira saudáveis, controlar os gastos e fazer um planeamento adequado. O crédito consolidado é uma ferramenta que pode ajudar neste processo, mas é apenas uma parte da solução geral.