Prisioneiro do salário: a corrida dos ratos

Não é fácil viver prisioneiro do salário, pois a meio do mês já não tens dinheiro para o teu estilo de vida porque foi tudo gasto em despesas fixas. Estás na corrida dos ratos. Trabalhas desde o nascer do sol ao pôr do sol, mas não vês solução para o teu problema.

Prisioneiro do salário na corrida dos ratos. Sem escapatória ou resoluções para os seus problemas.
Prisioneiro do salário na corrida dos ratos. Sem escapatória ou resoluções para os seus problemas.

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A corrida dos ratos

A expressão corrida dos ratos foi criada por Robert Kiyosaki, escritor do livro “Pai rico, pai pobre”, que representa uma armadilha financeira na qual a maioria das pessoas vive sem se aperceber.

Vivem um estilo de vida acima das suas posses, contraem dívidas e estão presos a um trabalho do qual não gostam, mas que precisam para os sustentar, num ciclo incessante, prisioneiros do salário.

Razões para estares prisioneiro do salário

1. Falta de educação financeira

Infelizmente a educação financeira ainda não é dada nas escolas, especialmente nas primárias, quando as crianças começam a descobrir o valor do dinheiro.

A falta de interesse por parte das escolas e o facto de os pais não falarem abertamente sobre decisões financeiras, influencia o desinteresse geral que encontramos um pouco por toda a sociedade.

A criança torna-se num adulto com receio das decisões que venha a tomar, questionando o seu banco, sem procurar outras opiniões.

As finanças pessoais são acessíveis, não é preciso tirar nenhum curso ou saber economia.

A primeira coisa a fazer é aprender o básico. Perceber como se faz um orçamento familiar, como este ajuda na gestão das finanças pessoais, a importância da poupança, do fundo de emergência e o papel dos investimentos para alcançar sonhos.

2. As dívidas

As dívidas levam-nos a permanecer na corrida dos ratos
As dívidas levam-nos a permanecer na corrida dos ratos

Fazer um crédito ou comprar bens de consumo, como eletrodomésticos ou tecnologias é muito fácil. Os benefícios e as vantagens são muitas, mas essencialmente é ter algo que se pode pagar a pouco e pouco todos os meses.

No entanto, quando estes créditos passam a ser mais do que dois, pode levar a família a ter problemas de gestão financeira, afinal o dinheiro não chega a todo o lado. E é por isso que não devemos viver acima das nossas posses.

As dívidas vão impedir que cresças profissionalmente, porque com receio, não consegues mudar de emprego com medo de perder o salário que permite que pagues o teu estilo de vida.

3. Comparação

É normal qualquer pessoa sentir a pressão social de ter uma boa casa (vistosa), carro de marca prestigiada, boas férias (de preferência no estrangeiro) e equipamentos tecnológicos de causar inveja a quem esteja de visita.

A comparação que é feita constantemente sobre o que o vizinho tem ou um amigo e familiar causa stress e ansiedade. É uma provação e um desafio que leva ao gasto de mais dinheiro e, por vezes, dívidas.

Na realidade, comentários negativos afetam quem não consegue acompanhar o estilo e o padrão de consumo dos outros. Por exemplo, ao deixares de conduzir um carro considerado topo de gama e optares por um carro mediano e acessível, quem te conhece pode dizer que deste um passo atrás.

No entanto, trata-se de uma decisão pessoal e uma escolha que depende muito da utilização que será feita do carro.

Não te deixes afetar pelo que os outros dizem, nem te compares com ninguém. Todas as pessoas geram as suas finanças pessoais de forma diferente, incluindo escolherem tornar-se prisioneiras na corrida dos ratos para mostrarem capital.

4. Ganhar mais, gastar mais

É fácil cair na armadilha de gastar mais, assim que se comece a receber mais rendimentos.

A verdade é que a subida na carreira profissional pode aumentar as despesas. Um cargo de diretor ou CEO pode exigir melhores fatos, uma participação mais social em eventos, deslocações e reuniões de negócios.

Para acompanhar o novo estatuto será preciso gastar mais. Por outro lado, o aumento do salário pode, apenas, significar a possibilidade de gastar mais em coisas que à partida não se podia ter.

Independentemente da tua carreira profissional ou aumento de rendimentos deves antes de tudo saber priorizar. O aumento do salário significa mais poupança e investimentos e ambos devem ser trabalhados com os teus objetivos financeiros.

5. Não ter prioridades e objetivos financeiros

Não se tem tendência a olhar para o futuro com uma perspectiva financeira, antecipando situações e eventos.

Se queres estudar tens de poupar e juntar dinheiro para poder fazê-lo. Comprar uma casa exige um grande esforço e de preferência ter para pagar metade e pedir o restante ao banco.

É tudo uma questão de pensar e ter objetivos financeiros. Olhar o futuro colocando metas a serem alcançadas.

É importante não agir no calor do momento e tornares-te prisioneiro do salário para resolver problemas do presente.

Para que não fiques prisioneiro do salário, numa corrida dos ratos, é essencial ter um fundo de emergência que funciona como uma salvaguarda em momentos complicados, poupanças e investimentos para uma reforma antecipada ou que não tenhas de depender da segurança social.

Quem é o prisioneiro do salário?

De salário em salário
De salário em salário

Estes são alguns dos cenários mais comuns de quem se tornou prisioneiro do salário.

  • Profissionais com salário competitivo: vivem vidas extravagantes, mas também stressante porque trabalham longas horas para manter o estilo de vida e pagar as dívidas;
  • Trabalhadores com salário mínimo: Um salário mal remunerado é a origem da impossibilidade de poupança, sendo todo o dinheiro utilizado para os bens de primeira necessidade e dívidas;
  • Pessoas endividadas: Presos na corrida dos ratos são, também, aqueles que contraem várias dívidas e depois têm dificuldades;
  • Pessoas indiferentes: É fácil evitar as notícias e os problemas que surgem com uma crise económica. Muitas pessoas não se preparam e continuam a gastar como se não existisse inflação.

Famosos prisioneiros do salário

Ganhar muito dinheiro não significa que a pessoa saiba fazer uma boa gestão das suas finanças pessoais. Muitos famosos precisam de um consultor financeiro, caso contrário perdem tudo rapidamente.

Nem sempre as celebridades têm tudo.

Nicolas Cage

O ator Nicolas Cage, apesar de uma carreira de sucesso em Hollywood, enfrentou problemas financeiros substanciais devido a gastos extravagantes e investimentos questionáveis.

Acumulou dívidas significativas e enfrentou processos judiciais relacionados a impostos atrasados. Cage teve de vender várias propriedades e itens de luxo para se recuperar financeiramente.

Mike Tyson

Mike Tyson, apesar de ter ganho centenas de milhões de dólares durante a sua carreira, enfrentou problemas financeiros após gastar em extravagâncias, como mansões, carros luxuosos e uma série de outros gastos excessivos. Declarou falência em 2003 e passou por dificuldades financeiras consideráveis antes de reconstruir sua vida financeira.

MC Hammer

O rapper MC Hammer experimentou um sucesso estrondoso com seu hit “U Can’t Touch This” nos anos 90, mas acabou enfrentando graves dificuldades financeiras. Gastou grandes quantias em casas, carros e outras despesas extravagantes, levando-o à falência. Hammer teve que enfrentar uma longa batalha para reestruturar as suas finanças e a sua carreira.

Toni Braxton

A cantora Toni Braxton, conhecida por sucessos como “Un-Break My Heart”, passou por problemas financeiros significativos. Apesar de uma carreira musical bem-sucedida, Braxton teve que declarar falência duas vezes devido a problemas com contratos, dívidas médicas e gastos excessivos. Trabalhou muito para recuperar sua estabilidade financeira ao longo dos anos.

Como podes ver qualquer pessoa, ganhe mais ou menos, pode estar a enfrentar sérias dificuldades financeiras, trabalhar de salário em salário, na corrida dos ratos, para pagar as suas dívidas. Ninguém quer ser prisioneiro do salário, por isso é preciso aprender a gerir bem as finanças pessoais.

Sair da corrida dos ratos

Para sair da corrida dos ratos é importante seguir os seguintes passos:

  • Analisar as despesas e as dívidas;
  • Definir metas financeiras para poupança, fundo de emergência e pagamento das dívidas;
  • Consolidar dívidas (consultar um intermediário de crédito);
  • Reanalisar seguros;
  • Ter sempre um orçamento familiar;
  • Evitar compras de consumo e adaptar estilo de vida;
  • Procurar um rendimento extra;
  • Investir.

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