Pedir um crédito: sim ou não?

Muitas pessoas pedem empréstimos, como um crédito pessoal para fazer obras em casa, estudar, entre outros, porque este crédito não tem uma finalidade específica, dependendo de quem o pede. No entanto, é preciso ter em atenção que tal como qualquer outro crédito, é uma dívida que, provavelmente, terá impacto no orçamento familiar durante alguns anos. Assim, é necessário analisar a situação familiar e ponderar se pode pedir um crédito.

Antes de avançar e pedir um crédito, deve ter em consideração determinados elementos, tais como:

Pedir um empréstimo pode ser uma ótima solução quando não quer utilizar a sua poupança ou não tem dinheiro suficiente para cobrir uma grande despesa.

Comece por analisar diversas instituições para ficar com uma ideia de quais são as características de cada produto de crédito, de forma a poder tomar uma decisão esclarecida e informada sobre o empréstimos. Todas as instituições de crédito têm características diferentes para o seu produto e as taxas de juro aplicadas podem também ser diferentes.

Quando pretende pedir um crédito, tem de ter em atenção aos encargos com o mesmo. Neste caso, as taxas de juro aplicadas (fixa, variável ou mista), pagamento de comissões, comparar as TAE entre empréstimos (a TAE reflete o custo real do empréstimo) e outras despesas.

Deve ter atenção ainda que algumas instituições exigem que tenha seguro, nomeadamente, o seguro de vida ou seguros com coberturas relativas à situação de desemprego. As instituições garantem, desta forma, o pagamento da dívida no caso de morte ou invalidez permanente do devedor.

O seu orçamento dá-lhe uma ideia se deve avançar ou não com o pedido. Através dele, terá uma visão geral de como estão as suas finanças pessoais.

Com o orçamento, sabe quanto ganha todos os meses, que despesas tem e se pode ou não fazer uma despesa extra. Se não souber como fazer um orçamento familiar, aprenda aqui. No caso de verificar que não é suportável pagar uma nova dívida, não deve avançar. Os pagamentos em atraso ou em falta, levam a penalizações.

Quando tiver o seu orçamento, deve também calcular a sua taxa de esforço (TE) porque vai permitir saber se consegue fazer face à dívida.

Calcula a sua taxa de esforço:

Por exemplo, o Mário tem um rendimento mensal de 1200€. Ele paga o crédito habitação, valor mensal de 299€ e o crédito automóvel, cuja prestação mensal é de 219€, ou seja, paga um total de 518€ por mês em créditos. Significa que a TE do Mário é de 43% e, denote que, esta não deve passar os 35%.

Se o Mário ainda pedir um crédito pessoal, pode ter dificuldades mais tarde.

Considere planear uma poupança de longo prazo, se não precisar do dinheiro com urgência. Poupar é um hábito essencial para ter umas finanças pessoais saudáveis. É importante ter um fundo de emergência que cubra, pelo menos, 3 a 6 meses de despesas mensais.

Pedir um crédito porque sente que o seu salário não é suficiente para pagar outras dívidas, pode não ser a melhor opção. Se estiver numa fase instável em relação às suas finanças pessoais, está na hora de parar e analisar. Renegoceie as suas dívidas, porque se começar a criar mais dívidas e não conseguir pagar prestações, o incumprimento acarreta várias consequências.

Consequências de um mau crédito:

Independentemente da decisão que tome, nunca peça demasiado dinheiro sem entender os custos envolvidos ao pagar um empréstimo. Analise as suas finanças pessoais, verifique o seu orçamento e tenha a certeza que tem as condições necessárias para pedir um crédito e pagá-lo.